Um menino de dez anos foi baleado na cabeça após uma troca de tiros e
morreu na manhã desta terça-feira (7) no Hospital da Restauração (HR),
no Recife.
De acordo com a polícia, na noite de segunda (6), a criança estava em
casa, sentada no sofá, quando houve uma troca de tiros entre suspeitos e
policiais no bairro de Jordão Baixo, no Recife.
A vítima chegou a passar por uma cirurgia, mas não resistiu aos
ferimentos e faleceu por volta das 6h40, informou a assessoria de
imprensa do HR. Após o disparo ter atingido o garoto, ele foi socorrido
por PMs e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Lagoa
Encantada, em seguida foi transferido para o Hospital da Restauração.
Era uma operação de combate ao tráfico no bairro, e policiais do Grupo
de Ações Táticas Itinerantes (Gati), da Polícia Militar, foram recebidos
com tiros pelos suspeitos. Eles conseguiram prender dois rapazes, um de
20 anos e outro de 21, que foram levados para o Departamento de
Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), no bairro da Imbiribeira, Zona
Sul do Recife. Com os dois presos, a polícia apreendeu três revólveres,
um celular, algumas pedras de crack, R$ 100 em dinheiro e munição.
Outros três suspeitos que participaram da troca de tiros conseguiram
fugir.
O delegado João Brito, do DHPP, disse que os suspeitos foram autuados
em flagrante por tentativa de homicídio, por causa da troca de tiros com
os policiais, e também por tráfico de drogas. Somente a perícia irá
identificar de onde partiu a bala que atingiu o menino.
“Vamos solicitar a perícia tanatoscópica. Se esse projétil que atingiu a
criança for de arma diferente da Polícia Militar, eles [os suspeitos]
responderão por homicídio qualificado”, contou.
A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) instaurou uma
sindicância para apurar as circunstâncias do tiroteio e investigar se os
policiais militares envolvidos na ação agiram de forma correta.
Enquanto isso, esses PMs que participaram do tiroteio vão continuar
trabalhando normalmente nas ruas. A SDS informou também que o delegado
Wagner Domingues será responsável pelo inquérito.
Família da vítima
No HR, onde o menino faleceu, o pai contou os últimos momentos do
filho. “Ele tinha acabado de fazer aniversário, no dia 5, de 10 anos.
Fomos até uma loja escolher um presente pra ele, comprei uma bicicleta
nova pra ele, e agora acontece um negócio desse”, disse o pai.
Outros parentes do menino contaram como ele morreu. “Os bandidos
começaram a atirar e a polícia começou a revidar, na frente da casa do
meu sobrinho, que pediu pra todo mundoir para dentro de casa se
abaixar, e ele [o garoto] ficou em pé. Quando foram ver, ele já estava
com um tiro na testa”, afirmou o tio-avô Mário Cruz.
“Foram mais de 20 balas na casa, tudo .40. Aquele bairro do Jordão
merece há muito tempo uma pacificação”, pediu o tio da vítima, Alexandre
Oliveira Gomes.
O corpo do garoto foi levado para o Instituto de Medicina Legal (IML) e
a família informou que ele será enterrado na quarta (8), no Cemitério
de Santo Amaro, área central do Recife.
Fonte:G1.globo.com/pe
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